Soja nas terras de arroz

A preocupação com a reconversão das lavouras, sem abandonar o arroz, é tão grande, que mais de 400 agricultores da Metade Sul reuniram-se, terça-feira à noite, no CTG de Tapes, para uma palestra.

Vários plantadores de arroz de municípios da Metade Sul estão demonstrando que é possível plantar soja em terras baixas e úmidas, antes utilizadas apenas para arroz. Em Tapes, onde os arrozais ocupavam 19 mil hectares (2010) e caíram para 16.500 ha (2011) em consequência da crise de preço, a área plantada com soja aumentou de 800 ha (2010) para 4.200 ha (2012) e a perspectiva é chegar a 7 mil hectares no próximo ano. As informações são do presidente do Sindicato Rural de Tapes e Sentinela do Sul, Juarez Petry, observando que a soja está sendo uma alternativa à lavoura de arroz, cujo produto, apesar de abundante, enfrenta problemas de preço.

O segredo é a drenagem das terras, de forma que a água seja controlada, pois a soja não suporta 48 horas com sua raíz na água. O novo sistema tem vantagens adicionais: se houver seca, a soja poderá ser irrigada e terá sua produtividade aumentada; seu plantio, em áreas de arroz, limpa as terras de pragas como o arroz vermelho e o preto, deixando-as aptas para novas lavouras com arroz.

A preocupação com a reconversão das lavouras, sem abandonar o arroz, é tão grande, que mais de 400 agricultores da Metade Sul – Tapes, Camaquã, São Lourenço, Pelotas, Guaíba, Barra do Ribeiro – e até da Campanha – São Gabriel e Alegrete – reuniram-se, terça-feira à noite, no CTG de Tapes, para ouvir uma palestra do especialista Antonio Sartori, que falou sobre o futuro do agronegócio e mostrou técnicas usadas nos Estados Unidos para plantio de soja em várzea. Foi mais um evento do Movimento te Mexe Arrozeiro, coordenado na região pelo sindicato rural e pela Associação Tapense de Arrozeiros, presidida por Luiz Carlos Chemale. A Metade Sul tem 4 milhões de hectares aptos para irrigação e também verá crescer a lavoura de milho irrigado, segundo os agricultores da região.

4 Comentários

  • REALMENTE, TEM QUE SER LEVADO A SERIO ESTA OPÇÃO…….O MATO GROSSO, CHEGOU A COLHER 2 MILHOES DE TONELADAS DE ARROZ…..HOJE, SE COLHE ALGO EM TORNO DE 500 MIL TONELADAS….A MAIOR PARTE DAS AREAS, FOI COBERTA COM SOJA E MILHO, POIS O PREÇO É MAIS ATRATIVO…..TEMOS QUE ACABAR AQUI NA REGIÃO SUL, COM ESTA DEPENDÊNCIA EXTREMA DO ARROZ…..

  • Aquela famosa frase que conhecemos : Na crise se cresce.
    Esta frase resume tudo sobra a soja na área do arroz, precisavamos buscar alternativas contra os abusos do setor industrial e a omissão do governo para nos ajudarmos a termos preços que nos sustente estes foram fatores importantes para esta alternativa que muitos estavam incrédulos, NÃO ADIANTA a SOJA NA VÁRZEA ESTA CONSOLIDADA, temos variedades muito tolerantes a encharcamento e altamente produtivas, ainda precisamos aprender muito mas os primeiros passos foram dados (e muito bem dados), o preço da soja futuro já nos mostra uma tendecia muito postitiva e conseguimos fazer uma lavoura com um custo de sacas/soja/ha bem atrativo.

  • Diante desse governo populista e omisso que apenas tenta nos iludir e fazer de conta que tudo anda bem, são os próprios agricultores que trarão as soluções concretas. Continuando assim, não haverá mais arroz sobrando…

  • A soja vai ser a solução p/ o arroz, aumentar soja, diminuir arroz, automaticamente diminuindo o plantio de arroz vamos ter preços melhores.
    A soja vai ser o vilão do arroz, talvez esteja ai a saida p/ os produtores de arroz.

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