Menos área, mais arroz

 Menos área, mais arroz

Sequeiro: cultura perde espaço

Variáveis do estudo não encontram eco entre os especialistas baseados
no cenário da orizicultura.

 As estimativas para a projeção de área plantada de arroz no estudo “Projeções do agronegócio – Brasil 2015/16 a 2025/26”, da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (AGE/Mapa), mostram que deverá ocorrer redução de área nos próximos anos. Pelas projeções, pode cair de 2 milhões de hectares em 2015/16 para 1 milhão de hectares em 2025/26.

Segundo técnicos da Conab consultados, a redução de área não é provável que ocorra. O mesmo é compartilhado por pesquisadores da Embrapa Arroz e Feijão. No Rio Grande do Sul, que hoje está em pouco mais de 1 milhão de hectares, deve permanecer esse número ou até mesmo diminuir porque o arroz vem sofrendo a concorrência da soja. Técnicos da Conab acreditam que a área de arroz pode expandir-se no Brasil, dependendo de incentivos de crédito e estímulos de preços, o que denota que o método utilizado para prever o futuro da cultura pode não ter observado todas as variáveis necessárias.

Por outro lado, o trabalho indica que a produtividade será a principal variável no comportamento do cereal nos próximos anos. A projeção indica uma produtividade de 11 toneladas por hectare em 2025/26, bem acima da atual: 5,5 toneladas por hectare. Como foi visto, o arroz se concentra em áreas do Rio Grande do Sul, onde a produtividade atual é de 7,2 toneladas por hectare. A expectativa é de ganhos por evolução tecnológica nas cultivares e, principalmente, no manejo das áreas com projetos de altos rendimentos.

A concentração produtiva em área irrigada é uma tendência que pode ser constatada nos últimos 25 anos, quando a área brasileira foi reduzida praticamente ao meio e as colheitas do Sul passaram a representar até 75% da safra nacional.

CONSUMO
O consumo de arroz nos próximos anos deve crescer a 0,1% ao ano, numa taxa menor do que o próprio crescimento vegetativo da população. Segundo técnicos da Embrapa, o consumo projetado parece adequado à realidade atual, ainda que os cálculos de consumo aparente per capita tenham demonstrado quedas nos últimos anos.

Para mudar essa tendência de longo prazo, somente se o Brasil conseguir desenvolver novas formas de utilização e consumo de arroz (produtos elaborados a partir de grãos de arroz), o que depende de pesquisa e desenvolvimento e, sobretudo, da indústria se interessar pelo assunto, fato que não se percebe hoje numa escala que desperte maior atenção.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter