Conselho de Agrometeorologia lista orientações para a primavera
Fenômeno normalmente coincide com menor produção de arroz.
A primavera pode ter um evento El Niño fraco este ano, ocasionando um aumento na chuva prevista para os próximos três meses. É o que aponta o boletim mais recente do Conselho Permanente de Meteorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs), referente aos meses de setembro, outubro e novembro.
Segundo análises climáticas, a temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial permanece mais alta que o normal, o que configuraria as condições ideais para o surgimento de um evento El Niño fraco. Por isso, os agricultores devem tomar precauções para a probabilidade de um período de chuvas acima da média nos próximos três meses.
ORIENTAÇÕES TÉCNICAS
Trigo
Monitorar a lavoura quanto à ocorrência de doenças, em função do prognóstico de chuvas acima da média, em setembro, outubro e novembro;
Providenciar a revisão das colhedoras, em especial, do sistema de distribuição da palha.
Arroz
Dentro do possível, dar continuidade à adequação das áreas destinadas à lavoura para a próxima safra, principalmente às atividades de preparo e sistematização do solo e drenagem, para possibilitar a semeadura na época recomendada pelo zoneamento agrícola, de forma a aproveitar melhor a radiação solar e evitar as temperaturas baixas no período reprodutivo da cultura;
Para as semeaduras do cedo, entre o mês de setembro até meados de outubro, quando a temperatura do solo é baixa, atentar para que a profundidade de semeadura não seja superior a 2 cm, a fim de evitar redução no estande de plantas e a consequente desuniformidade no estabelecimento inicial da cultura;
Tendo em vista a ocorrência de El Niño, com probabilidade de chuvas acima do normal durante a primavera, atentar para drenagem após a semeadura da lavoura, para evitar prejuízos no estabelecimento inicial, caso ocorra excesso de precipitações;
Atentar para possível ocorrência de baixa luminosidade, que reduz a resposta da cultura para a adubação nitrogenada;
Ter cuidados especiais com o possível aumento na incidência de doenças, devido às prováveis condições meteorológicas favoráveis à sua ocorrência.
Feijão
Escalonar a época de semeadura e, se possível, utilizar mais de uma cultivar, respeitando o zoneamento agrícola;
Fazer inoculação das sementes;
Realizar a adubação em cobertura, preferencialmente antes da ocorrência de chuvas ou quando o solo apresentar disponibilidade de água adequada.
Milho
Implantar áreas de refúgio quando usar sementes com eventos transgênicos;
Escalonar a semeadura para diminuir a possibilidade de coincidir o período crítico da cultura (do início da floração até grão leitoso) com as épocas de maior demanda evaporativa;
Fazer adubação em cobertura, preferencialmente antes da ocorrência de chuvas, utilizando fontes de nitrogênio com menores perdas por lixiviação e volatilização;
Realizar a semeadura quando a temperatura do solo, a 5 cm de profundidade, estiver igual ou acima de 16°C.
Soja
Planejar a semeadura de acordo com o zoneamento agrícola;
Escalonar a época de semeadura da soja em função dos grupos de maturação, diversificando cultivares de diferentes grupos.
Hortaliças
Evitar irrigação em excesso e não irrigar em dias nublados. Quando necessário irrigar, proceder pela manhã. Usar cobertura morta e dar preferência à irrigação por gotejamento;
Recomenda-se a produção de mudas em ambiente protegido, para garantir sua qualidade;
Em ambientes protegidos (túneis e estufas), proceder à abertura o mais cedo possível;
Dar ênfase ao monitoramento de doenças, principalmente daquelas favorecidas pelo molhamento da parte aérea ou excesso de umidade no ar e/ou no solo.
Fruticultura
Promover o manejo da vegetação em pomares com coberturas verdes, de forma que propicie a cobertura morta na projeção da copa das frutíferas para proteger o solo;
Usar o raleio de frutas como prática indispensável;
Considerando a possibilidade de chuvas acima da média, elaborar um bom planejamento fitossanitário, especialmente contra doenças fúngicas;
Fazer adubação em cobertura, preferencialmente antes da ocorrência de chuvas, utilizando fontes de nitrogênio com menores perdas por lixiviação e volatilização.
Forrageiras
No manejo de plantas forrageiras, promover a manutenção da cobertura de solo e de boa disponibilidade de forragem, por meio de cargas animais moderadas;
Escalonar os períodos de plantio/semeadura das forragens cultivadas no verão utilizando mudas/sementes de alto vigor;
Fazer silagem de cultivos e pastagens de inverno/primavera, visando garantir maior disponibilidade de alimento no verão para as categorias de rebanhos mais exigentes.
Fonte: Governo do Rio Grande do Sul
1 Comentário
O governo do RGS possivelmente através dos técnicos da Emater e Irga, fazem recomendações ”sábias,” extremamente úteis a cerca da primavera chuvosa. É de cair o queixo informações tão qualificadas. Tanto quanto as pesquisas de intenção de plantio de áreas e produtividade de arroz no estado !!!