Avança a colheita do milho no RS com bons rendimentos
(Emater/RS) Segue a colheita da cultura do milho grão nas lavouras em ponto de corte. Em diversas regiões, a ocorrência de poucos volumes de chuva nas últimas semanas já causa déficit hídrico em áreas ainda em floração e enchimento de grãos.
Na regional de Santa Rosa, a colheita avançou para 85% da área, restando as de safrinha. Nas áreas do milho safra, houve perda 63% de produtividade devido à estiagem de setembro e outubro em relação à média esperada de 8.285 quilos por hectare. A maioria das lavouras de milho safrinha se encontram em formação da espiga/enchimento de grão, apresentando bom potencial produtivo de seis mil quilos por hectare, apesar do forte ataque de cigarrinha, lagartas, cascudinho e mosca branca; produtores fazem de duas a três aplicações de inseticida.
Muitas lavouras que seriam destinadas à produção de grãos apresentam deficiência de crescimento e enchimento de grão devido aos efeitos do enfezamento, sendo direcionadas para a confecção da silagem, inclusive antecipada a fim de minimizar as perdas. As chuvas ocorridas durante a semana mantiveram as condições para o desenvolvimento das plantas, e a maioria das lavouras se encaminha para a fase de enchimento dos grãos.
Na regional de Ijuí, as lavouras de primeiro cultivo estão maduras, prontas para colheita. Com a proximidade do final da operação na soja, produtores aguardam a liberação das estruturas de recebimento para a cultura. Milho de segundo cultivo com desenvolvimento regular, mas com aumento de sintomas de enfezamento provocados pelo ataque de cigarrinhas durante o ciclo.
A partir da emissão de nova portaria do Mapa que inclui os danos diretos e indiretos desta praga no âmbito do seguro rural, observamos que a maioria das áreas cultivadas em segundo plantio não têm cobertura do seguro, portanto não beneficiará a grande maioria dos produtores que realizou o segundo cultivo.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a colheita segue em menor intensidade em decorrência das precipitações e pelo fato de a operação estar priorizada para soja e arroz. Os índices variam de 30 a 60% nos municípios da Campanha. A colheita manual das lavouras foi realizada para alimentação de bovinos, aves e suínos. Devido ao teor elevado de umidade nos grãos, apenas pequenas quantidades de espigas foram colhidas, pois impossibilita a armazenagem sem danos, como mofo e/ou aquecimento de grãos, que por sua vez inviabilizam o uso ou desqualificam o valor nutricional.
As chuvas registradas na semana beneficiaram a fase final de enchimento dos grãos das lavouras estabelecidas a partir da segunda quinzena de dezembro. Parte das lavouras destinadas à colheita mecanizada ainda está em fase final de enchimento dos grãos e de perda de umidade, sendo pouco usual a colheita com umidade elevada, devido aos grandes descontos aplicados pelas cerealistas para o serviço de secagem.
Na de Passo Fundo, a colheita chegou a 96% das áreas; na de Erechim, 90%. Na de Santa Maria, a colheita avançou para 70% das lavouras. Na regional de Frederico Westphalen, a cultura encontra-se praticamente toda colhida, restando apenas algumas áreas de safrinha.
Na de Porto Alegre, a colheita do milho safra está praticamente finalizada; já a maior parte do safrinha, pós-fumo, encontra-se em fase de enchimento de grãos e início da maturação, sendo que a redução das chuvas nos últimos 15 dias pode diminuir a produtividade inicialmente esperada. Do total, estão colhidos 70% da área. Um maior número de produtores demonstra interesse por sistemas de armazenagem, o que se deve à boa produção e ao preço recebido. Também se observa interesse pelo aumento da área cultivada com o grão, como alternativa de diversificação ao tabaco.
Na de Soledade, segue a colheita das lavouras prontas, chegando a 67% da área. Do restante, 2% estão na fase vegetativa, 3% em floração, 18% em enchimento de grãos e 10% em maturação ou maduro. Devido à umidade elevada do grão, normal para a época, a prática da secagem é utilizada por muitos agricultores antes de armazenar o produto, para manter a qualidade do grão. São mais utilizados secadores de leito fixo de uso comunitário e silos secadores com indução de ar natural. Lavouras com semeadura tardia começam a sentir os efeitos da baixa umidade do solo, especialmente em parte do Vale do Rio Pardo, região com
maior expressão de área nessa época em plantios pós-tabaco.
Não ocorrem chuvas expressivas há três semanas, e as lavouras poderão ter seu potencial produtivo reduzido e agravado pela ocorrência antecipada de temperaturas baixas. Até o momento, não são registradas perdas significativas por conta desses eventos climáticos. Foram finalizados os tratos culturais de adubação nitrogenada em cobertura em lavouras com semeadura tardia.
Há ocorrência de enfezamento. Estão sendo discutidas estratégias para nos próximos dias ser coletado material contaminado – plantas de milho e de cigarrinhas para análise em laboratório, numa parceria entre Emater/RS-Ascar, SEAPDR e Mapa.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, a colheita avançou. O rendimento de grãos ainda é considerado bom, embora em algumas áreas tenha havido perdas significativas em consequência de estiagens em pontos isolados em determinadas épocas e também pelo enfezamento decorrente do ataque de cigarrinhas em híbridos menos tolerantes.
Na regional de Pelotas, o milho que ainda está por colher em 32% das áreas encontrase predominantemente na fase de maturação. A colheita atingiu 38% dos cultivos, em ritmo mais lento devido à priorização para a de arroz e soja. Os rendimentos de referência estão entre 5.400 e seis mil quilos por hectare; mas algumas lavouras devem atingir oito mil quilos.
As ótimas produtividades associadas aos valores de comercialização deixam os produtores bastante satisfeitos com os resultados; assim, presume-se que seguirão investindo fortemente no cultivo, com possibilidades de ampliação de áreas de milho para a próxima safra. Mesmo com significativa elevação dos custos de produção, o cultivo de milho também se beneficia com o avanço do cultivo e da mecanização das lavouras da soja.
O milho grão já colhido ainda é insuficiente para abastecer o mercado local. Seguem acontecendo compras de milho grão oriundo do Centro-Oeste brasileiro.
Mercado (saca de 60 quilos)
De acordo com o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o preço médio do milho apresentou novo aumento, passando de R$ 81,35 para R$ 84,19/sc., incremento de 3,49%. Preço para produto disponível em Cruz Alta R$ 95,00/sc. Na regional de Erechim, a demanda por milho para dieta animal incrementa o preço.