À espera de um fato novo

 À espera de um fato novo

Só uma mudança
importante muda
tendência de preços
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 Após os primeiros sete meses do ano confirmarem cotações fracas para a comercialização do arroz em casca em quase todo o Brasil, exceção feita ao Mato Grosso, que teve safra bem menor que seu mercado, a expectativa da cadeia produtiva é de que surja um fato novo capaz de reverter esse panorama de comercialização lenta e preços que não compensam o custo de produção. O diretor executivo do Sindicato das Indústrias do Arroz do Rio Grande do Sul (Sindarroz), Tiago Sarmento Barata, reconhece ser pouco otimista com uma evolução substancial nas cotações até o final da temporada, exceto diante de mudança importante, como crescimento das exportações ou números confiáveis sobre uma queda nos estoques.

Para ele, as cotações testaram o mercado e chegaram ao limite de alta em maio, mas encontraram resistência na conjuntura, como a baixa demanda do varejo, e a tendência de alta foi revertida a partir de junho. Essa resistência só será rompida por uma novidade capaz de aquecer a demanda, como maior consumo, exportação ou números muito claros e precisos sobre a queda real na dimensão dos estoques. “É evidente que depois da balança comercial positiva em mais de 800 mil toneladas no ano passado e menor safra este ano, os estoques brasileiros caíram” afirma.

Barata acredita que o impacto inicialmente esperado já para essa temporada deve ocorrer se a safra 2019/20 for novamente inferior a 11 milhão de toneladas e houver clareza na dimensão dos estoques de passagem. Para ele, outra situação que pode ocorrer é a consolidação das exportações para o Iraque. “A primeira carga de 31 mil toneladas pode abrir caminho para mais 60 ou 90 mil ao ano, o que seria muito bom”, projeta.

Antônio da Luz, economista-chefe da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul), é otimista para o segundo semestre. Segundo ele, é perceptível que as vendas caíram no varejo e que o Brasil está importando mais do Mercosul. “No entanto, vendemos mais que compramos e a retração do consumo, em torno de 4,4%, não chega perto dos 11% de retração na safra”, observa.

Ele também considera que os estoques brasileiros caíram bastante desde 2018 pelas exportações e quebra da safra. “Temos ciência de que o estoque é menor, embora não saibamos o quanto, pois os números oficiais não retratam a realidade do mercado”, assegura. Conforme Luz, em algum momento no segundo semestre, a verdade sobre estes números de estoques, quebra de safra e balança comercial terá que aparecer e refletir na formação dos preços. “Esperamos que seja logo”, finaliza.

FIQUE DE OLHO
No dia 28 de julho partiu do Porto de Rio Grande o navio Sumatra, carregado com 31 mil toneladas de arroz beneficiado base casca de alto padrão para o Iraque. O embarque inaugurou um novo e eficiente sistema logístico, que permitiu dobrar a velocidade de carregamento, e foi realizado num esforço concentrado da indústria gaúcha e a Rivelin Trading. A operação foi considerada um sucesso. A expectativa, agora, é receber o feedback de satisfação do cliente e um futuro de mais pedidos.

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