Acima da expectativa

Exportações se mantêm
e ajudam a sustentar a
recuperação de preços.

A recuperação dos preços internos do arroz também é reflexo do sucesso das exportações. Nos cinco primeiros meses deste ano comercial, que começou em março/2012, as vendas externas da cadeia produtiva superaram 836,2 mil toneladas de arroz em base casca, quase o equivalente à produção do Centro-oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás) e do Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo): 900 mil toneladas.

Nestes cinco meses, os embarques equivalem a 10,7% de 7,7 milhões de toneladas produzidas no Rio Grande do Sul, o maior produtor do Brasil, na safra passada. E a meta inicial dos gaúchos era exportar 10% da safra ao ano e evitar excedentes pressionando o mercado interno. Mantida a média de 167,2 mil toneladas mensais, o Brasil alcançará 2 milhões de toneladas vendidas em 2012/13.

Mas a expectativa do setor é a redução do fluxo de vendas no segundo semestre por fatores conjunturais. A Conab prevê que o Brasil escoe 1 milhão de toneladas (base casca) para o exterior, volume que poderá ser alcançado até setembro e a forçará a revisar a projeção. Analistas e entidades ligadas ao setor produtivo apostam na exportação de 1,5 milhão de toneladas.

Segundo relatório do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), em julho foram exportadas 134,1 mil toneladas (base casca) do cereal. O analista Tiago Sarmento Barata, da Agrotendências Consultoria em Agronegócios, afirma que, apesar da redução de 7,6% em relação ao volume escoado em junho, é um bom desempenho, levando em conta a redução da competitividade do arroz brasileiro no mercado mundial em decorrência da valorização do cereal no mercado doméstico. Ele também destaca a participação de arroz quebrado nos embarques de julho, com 48% das remessas. “No acumulado do ano, o arroz beneficiado representa 67%, e 25% são de quebrados”, frisa. Arroz em casca e outros completam os 8% restantes.

IMPORTAÇÃO
Para Barata, a expectativa de maior importação em julho, pela escassez de oferta interna, confirmou-se parcialmente. “Esperava-se maior pressão do Mercosul”, explica. Segundo o Mdic, foram internalizadas no Brasil 76,5 mil toneladas de arroz no quinto mês do ano comercial, acumulando 458,2 mil toneladas desde março. A balança comercial, portanto, indica um superávit brasileiro de 378 mil toneladas, o que equivale a mais de duas vezes toda a produção de arroz dos quatro estados que compõem a Região Sudeste do país.

FIQUE DE OLHO
Segundo a Agrotendências Consultoria em Agronegócios, a Argentina é a principal origem do cereal importado, representando 39% do volume internalizado, enquanto o arroz paraguaio representa 33% nos cinco primeiros meses do ano comercial 2012/13 (março a fevereiro). O Uruguai, origem de 47% do grão importado em 2010/11, no corrente ano comercial responde por apenas 27% dos negócios. O bom desempenho uruguaio nas negociações com terceiros mercados (como Iraque e Peru) justificativa a menor participação no fornecimento de grão ao Brasil.

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