Arroz forte

 Arroz forte

Safra: apesar das enchentes, boa parte do arroz se recuperou

El Niño severo afeta lavouras gaúchas, mas
a orizicultura não se entrega e mantém 70%
da produção nacional
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 Foram pelo menos três grandes enchentes entre as cinco maiores registradas em alguns dos rios mais importantes do Rio Grande do Sul, como o Uruguai e o Jacuí, entre muitos outros. 30% da área foi plantada fora da melhor época – até 20 de novembro – e lavouras inteiras foram dizimadas, replantadas e perdidas de novo. Perdas parciais e totais. Mas ainda assim, graças à resistência das plantas, às características responsivas das variedades e à tecnologia empregada nas lavouras, mesmo com graves perdas pontuais, o Rio Grande do Sul reduzirá em 15,1% a sua safra e continuará representando mais de 70% da colheita de arroz do Brasil. A redução produtiva de outros estados ajuda na manutenção da importância da safra gaúcha para o abastecimento brasileiro.

Com 93% da lavoura colhida, a produtividade média apontada pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) era de 7.180 quilos por hectare. Os 7% restantes devem apresentar queda, mas a produtividade deve fechar acima de 7.150 quilos e a produção total próxima de 7,5 milhões de toneladas. “O resultado será inferior ao da temporada passada, mas não tanto quanto se poderia esperar. Uma característica que o arroz vem demonstrando é a sua alta capacidade de resistir às intempéries”, explica o diretor comercial do Irga Tiago Sarmento Barata. Em produtividade, a redução fica entre 6% e 7% sobre o ano passado, quando foram obtidos 7.662 quilos por hectare. As regiões de menor rendimento são algumas das mais atingidas: a Planície Costeira Externa, com 6.459 quilos por hectare, a Planície Costeira Interna, com 6.980 quilos por hectare, e a Depressão Central, com 6.589 quilos por hectare.

O gerente da divisão de pesquisa do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Rodrigo Schoenfeld, assegura que está mantida a expectativa de queda em torno de 15% na produção total por conta dos problemas causados pelo fenômeno El Niño. O Irga prefere analisar com mais precisão as informações e levantamentos após a conclusão da colheita. Segundo Schoenfeld, as adversidades climáticas muito intensas alcançaram regiões de maior produção, caso da Fronteira Oeste. “Chamam atenção os problemas ocasionadas em Itaqui e São Borja, que tiveram muitas áreas danificadas pelo excesso de chuvas e enchentes, o que deve acarretar queda significativa de produtividade”, avalia. Além do arroz, o cultivo de soja em várzea, que vem se expandindo no RS, também foi gravemente afetado.

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