Arroz: safra curta e preocupação com qualidade mantêm preços firmes

 Arroz: safra curta e preocupação com qualidade mantêm preços firmes

Colheita chegando ao fim no RS, mas mercado ainda emperrado. Foto: Robispierre Giuliani.

(Por Cleiton Evandro dos Santos/Revista Planeta Arroz/AgroDados) Na reta final, a colheita de arroz no Rio Grande do Sul deve ser concluída até o dia 12 de maio, segundo consultorias agronômicas. O clima, com a previsão de chuvas até o final de semana poderá atrapalhar a conclusão das operações, que já ultrapassam 95% da área total de 940 mil hectares semeados. Na última semana, o Irga divulgou a expectativa de uma colheita de 7,1 milhões de toneladas, o que representará a redução de 7,8% em relação à safra passada (7,7 MT). A área reduziu 12% por limitação de água para a irrigação e capitalização de produtores que buscaram soja e pecuária como alternativa. A seca também afetou a produtividade.

Essa conjuntura, projetando uma das menores safras deste século no país, associada à um movimento de oferta inconstante e às informações de perda em pontos de qualidade, em especial na Fronteira Oeste, estão sendo fundamentais à firmeza dos preços. Parece que ao longo do mercado, todos vivem a expectativa de uma definição mais clara quanto a volumes e qualidade. Enquanto isso, a pressão é maior sobre arroz de mais alta qualidade. Algumas lavouras colheram, na Fronteira Oeste, arroz abaixo de 10% de inteiros, o que impacta diretamente no preço ao produtor.

O mercado para arroz acima de 56% de inteiros, que é referência na Fronteira Oeste para exportação, não flui, e quando tem demanda, nem sempre o produtor quer vender. O movimento só inverteu, e por pouco tempo, quando a demanda por exportações arrefeceu por conta de um dólar oscilando às margens de R$ 5,00 e a indústria travou por uns dias o interesse de compra. O varejo tem mantido a sua estratégia de aguardar a tradicional “oferta de safra”, mesmo que ela tenha praticamente inexistido nas últimas temporadas, seja por estratégia dos agricultores, seja por possibilidade de venderem outros produtos de seu portfólio agrícola.

Diante da situação, abril finalizou com o arroz em casca cotado a R$ 88,31 no Rio Grande do Sul, valor equivalente a US$ 17,70 por saca de 50 quilos pelo câmbio da última sexta-feira (28) e acumulando 1,44% de valorização ao longo do mês, segundo o Indicador Cepea/Irga para o Rio Grande do Sul. O Cepea também registra que o primeiro quadrimestre de 2023 – janeiro a abril – encerrou em patamar nominal recorde para a série iniciada em 2005, considerando os quadrimestres dos anos anteriores. Pela média ponderada, o recorde seria R$ 88,08 por 50kg. O valor é 7,4% maior que no período de setembro a dezembro de 2022, e 0,2% maior que a média do primeiro quadrimestre de 2021, de R$ 87,91, o recorde anterior.

Com a semana mais curta, o mercado nesta terça-feira foi de muita prospecção e estudos e poucos negócios efetivados. A expectativa é de que a partir desta quarta-feira haja movimentações pontuais. De qualquer maneira, maio deve começar com perfil muito similar ao final de abril. O câmbio, agora, será determinante para os futuros movimentos de compra e venda internas (externas, então, nem é preciso referir).

2 Comentários

  • Se os compradores esperam oferta de safra, só q seja de soja da várzea, pq está evidente q área de arroz pouco ultrapassou os 800 mil hectares, só aguardar o mercado.

  • Arroz no custo q foi tem q cer vendido no mínimo 100 reais

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