Conab projeta 10,8 milhões de toneladas de arroz na safra 2023/24

 Conab projeta 10,8 milhões de toneladas de arroz na safra 2023/24

(Por Conab) A semeadura nas principais áreas produtoras de arroz no país avançou, atingindo mais de 98%, apesar das dificuldades, principalmente climáticas, intercaladas em regiões aonde as precipitações ocorreram em excesso, como nas áreas de lavoura no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, também com impedimentos na realização dos tratos culturais, e regiões com baixos volumes de chuvas para propiciar adequada umidade no solo para o plantio, como nas áreas de Tocantins, Mato Grosso e Goiás.

A expectativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de que o Brasil conclua ainda em fevereiro 100% da área semeada, que deve alcançar 1,575 milhão de hectares, um aumento de 6,5% sobre a temporada anterior. Já a produtividade deve alcançar 6.852 quilos por hectare, somando 1,1% a mais do que no ano passado.  A produção prevista é de 10,791 milhão de toneladas, o que somaria um avanço de 7,6% sobre o volume colhido em 2023.

Há destaque para as áreas de cultivo em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Tocantins e Mato Grosso, que concluíram o plantio da área prevista, e Goiás, com 85% semeado. Há áreas que já iniciaram a operação de colheita do arroz irrigado, e a colheita está concluída nas áreas do Pará. A maioria das lavouras se encontram em diversos estádios fenológicos.

Há estimativa de aumento de área a ser cultivada, tanto do arroz irrigado quanto do sequeiro, comparado com a safra passada, principalmente devido à expectativa com a melhoria dos preços praticados no mercado do cereal.

A área de arroz irrigado foi estimada em 1.254,7 mil hectares, com aumento de 6,7%, comparada à safra anterior. Quanto ao arroz de sequeiro, houve um aumento de área em 5,5% em relação à safra 2022/23, estimada, para a safra 2023/24, em 320,3 mil hectares.

ANÁLISE ESTADUAL

Rio Grande do Sul: após muitas adversidades relacionadas aos fatores climáticos nas áreas de lavouras, como enchentes, alagamentos e pouca luminosidade, atualmente tem-se apresentado condições mais favoráveis para o desenvolvimento da cultura no estado, e a semeadura foi concluída. As fases da lavoura estão em 2% em maturação, 35% em floração, 37% prefloração (alongamento e emissão da panícula) e 26% em desenvolvimento vegetativo.

As áreas de cultivo, localizadas nas regiões da Zona Sul e Planície Costeira Interna, foram as que tiveram menores obstáculos durante a implantação e evolução das plantas, tendo por consequência as melhores lavouras, na média, e nessas regiões o percentual de floração se aproxima de 50%. Na Depressão Central, em relação ao estabelecimento das lavouras, foi a região com maiores dificuldades, inclusive sendo necessário o replantio, atingindo 28% da área, justificados pela topografia e situação geográfica (cercada por rios e arroios), tornou-a mais suscetível aos alagamentos. Esta região apresentou também o maior percentual de área semeada fora do período preferencial, 60% até 15 de novembro, e fora do período tolerado, 20% até 15 de dezembro.

As regiões da Fronteira Oeste e Campanha conseguiram semear até 80% de suas áreas dentro do período preferencial. Quando se
refere ao estado, entre 74% e 76% das lavouras foram semeadas dentro do período preferencial, com expectativa que a produtividade seja muito boa.

Houve alguns entraves no controle total de plantas invasoras em parte das lavouras, ocorrência de doenças pontuais, como brusone e mancha foliar, dificuldade para aplicar ureia no seco e lixiviação da adubação. Contudo, os altos volumes de precipitações foram favoráveis para os reservatórios com abastecimento de água em abundância para a irrigação.

Apesar da ocorrência de alguns dias nublados, no período também foram observados vários dias com boa radiação solar. Assim, mantém-se a expectativa de boa produtividade, haja vista que as lavouras têm alto potencial produtivo.

 

Santa Catarina: a estimativa atual da safra 2023/24 aponta uma leve redução da área em relação à safra anterior, principalmente nas regiões do Litoral Norte e no Alto Vale do Itajaí, fato que se explica pela conversão de áreas de arroz em áreas urbanas. A produtividade também poderá ser menor, advindos de fatores climáticos adversos em ano de El Niño, além da produtividade obtida na safra anterior ter sido excepcional.

As áreas recém-colhidas, na região norte do estado, apontam para uma redução moderada de produtividade nas lavouras que foram plantadas em agosto e setembro. No campo, as chuvas constantes desde o início da safra têm provocado um atraso no desenvolvimento da cultura, além de ocasionar um maior controle fitossanitário para prevenir as manchas fúngicas e brusone.
As áreas com o desenvolvimento da cultura mais atrasadas são da região sul do estado. As lavouras se encontram em diversos estádios fenológicos, principalmente em enchimento de grãos e maturação.

 

Tocantins: as chuvas estão regulares em todo o estado, favorecendo o desenvolvimento da cultura em fase de desenvolvimento vegetativo e enchimento de grãos, assim como as condições de armazenamento hídrico do solo que estão em boas condições para o progresso da safra e, de certa forma, as lavouras semeadas mais tardiamente deverão recuperar o seu potencial produtivo.

A colheita iniciou em algumas áreas, e será expandida para as demais regiões no decorrer de fevereiro. Na região de Formoso do Araguaia, as produtividades iniciais têm sido favoráveis, essas áreas foram semeadas em meados de setembro e outubro. Houve aumento no controle fitossanitário, principalmente em áreas em fase mais avançada de desenvolvimento das plantas, com ocorrência de doenças fúngicas.

Para o arroz irrigado, as lavouras estão em diferentes estádios de desenvolvimento, o plantio ocorreu de forma bem escalonada devido à irregularidade das chuvas, até mesmo com registro de áreas semeadas durante janeiro, quando ocorreu a melhoria no volume de precipitações.

Nas áreas de arroz em sequeiro houve o plantio consorciado com gramíneas, para a recuperação de pastagens degradadas.
As lavouras estão em boas condições de desenvolvimento, apresentando uniformidade na distribuição de plantas em campo.

 

Maranhão: o cultivo de arroz irrigado por inundação sob média à alta tecnologia de plantio e manejo está com a colheita quase finalizada, atingindo 99% da área. Para o cultivo de arroz em sequeiro, a semeadura está em atraso devido à falta de chuvas na região de produção. As lavouras se apresentam em desenvolvimento vegetativo.

A maior parte do cultivo de arroz em sequeiro (terras altas) é realizado pela agricultura familiar, em plantios consorciados com milho, feijão-caupi e mandioca.

 

Mato Grosso: após um longo atraso, a semeadura do arroz de primeira safra foi concluída, já que as chuvas ocorreram em quantidade adequada, de acordo com a exigência hídrica da cultura, enquanto, simultaneamente, algumas lavouras irrigadas, semeadas ainda em outubro, deram início à operação de colheita, tendo alto rendimento e boa qualidade de grãos.
De forma geral, as lavouras se encontram predominantemente nos estádios de desenvolvimento vegetativo e floração, apresentando boas condições fitossanitárias.

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