Custos de produção tiveram deflação de 9,55% em 2022

(Por Farsul) O Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) acumulou uma deflação de 9,55% em 2022. Já o Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR) registrou alta de 10,36% no mesmo período. Os dados foram divulgados pela Farsul nesta segunda-feira, dia 23 de janeiro.

A queda do IICP está associada a oferta de fertilizantes no mercado interno pelo receio de que o conflito entre Ucrânia e Rússia pudesse gerar escassez do produto no Brasil, que é essencialmente importador da matéria-prima. A retração da taxa cambial média também influenciou no resultado pelo fato da maioria dos insumos virem de fora do país, fazendo com que os custos tenham forte influência do câmbio. O resultado acaba por trazer um cenário que não acontecia desde 2019, onde o IICP retrai enquanto o IPCA registrou alta de 5,79% em 2022.

Em relação aos preços recebidos pelos produtores, a alta está vinculada aos valores atingidos por alguns produtos que compõem o IIPR, especialmente o trigo. Isso mesmo com a estabilidade e até mesmo queda de outros produtos na comparação com o ano anterior. Mesmo assim, o indicador ficou abaixo do IPCA Alimentos que fechou 2022 com alta de 11,64%. Isso demonstra que os preços ao consumidor cresceram mais do que aos produtores, comprovando o descolamento entre os valores praticados nas gôndolas e dentro das porteiras. E que o aumento dos preços é um reflexo do processo inflacionário enfrentado pelo país nos diversos produtos e serviços da economia.

Índices de Inflação dos Custos de Produção e dos Preços Recebidos pelos Produtores Rurais do Rio Grande do Sul

Mês de Referência: Dezembro 2022

Com o intuito de contribuir com a compreensão da evolução dos custos de produção e também dos preços recebidos pelo
produtor rural do Rio Grande do Sul, o Sistema Farsul divulga mensalmente dois índices de inflação relacionados ao setor: o
Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) e o Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR). O
primeiro visa apurar a variação no custo de produção e o segundo apurará as variações dos preços recebidos pelos produtores.

1. O resultado do IICP em Dezembro de 2022 e suas comparações com o IPCA. Em dezembro, diante da nova queda dos custos de produção, o IICP registrou deflação de 2,43% em relação ao mês de novembro. Este movimento de baixa continua sendo reflexo,
principalmente, da queda do custo dos fertilizantes.

No ano de 2022 o IICP acumulou deflação de 9,55%. Esta queda está associada a forte oferta de fertilizantes no mercado
interno, reflexo do receio de que o conflito entre Rússia e Ucrânia poderia trazer escassez do produto no mercado brasileiro, que é
essencialmente importador da matéria-prima.

Outro fator que também contribuiu para a deflação dos custos de produção foi a queda da taxa de câmbio média. Como a maioria
dos insumos usados no campo são importados de fora do país, a taxa de câmbio tem forte influência sobre o custo desta compra.

2. O resultado do IIPR em Dezembro de 2022 e suas comparações com o IPCA.
O IIPR de dezembro registrou leve alta de 0,17% em relação ao mês anterior. A alta no preço do arroz foi o principal destaque, mas foi praticamente equalizada por quedas não muito expressivas em outros produtos que compõem o índice.
Apesar do preço de alguns produtos terem apresentado estabilidade e até mesmo queda em relação ao ano anterior, ainda
assim o IIPR acumulou inflação de 10,36% neste ano. Isso porque alguns produtos que compõem o índice se valorizaram
significativamente, em especial o trigo.

Em comparação com outros indicadores da economia, o IICP apresentou deflação de 9,55% enquanto o IPCA registrou alta de
5,79% em 2022, cenário que não acontecia desde 2019. Isso porque o país passa por um momento de pressão inflacionária,
porém, itens importantes do custo de produção apresentaram retração diante da queda da taxa de câmbio média e da larga
oferta de fertilizantes no mercado interno.

Em relação aos preços, observamos que o IPCA Alimentos fechou com alta mais acentuada que o IIPR – respectivamente
11,64% e 10,36%. Isso significa que os preços ao consumidor cresceram mais que os preços recebidos pelos produtores, o que
comprova, mais uma vez, que a alta dos preços na gôndola não é culpa do produtor e sim um reflexo do processo inflacionário que
o país enfrenta nos mais diversos produtos e serviços da economia.

1 Comentário

  • Sério??? A FARSUL só pode estar de brincadeira… Diesel subiu, Adubo subiu, energia elétrica subiu, herbicida subiu, mão de obra subiu… Dólar sobe, tudo sobe!!! Além disso, muitas áreas precisaram de manutenção, plantio dobrado em função da seca, barragens foram enchidas a força!!! Vai iniciar a colheita novamente com números forçados… Ano passado foi assim… Numeros otimistas… Pouco realistas para que os produtores sofram com preços menores!

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