Estabilidade com investimento

 Santa Catarina manterá área, mas produção será 70 mil t menor

Santa Catarina deverá registrar estabilidade de área na safra 2020/21, em torno de 149 mil hectares. A informação é da economista Gláucia Padrão, do Cepa/Epagri. Até 15 de novembro quase 100% da lavoura catarinense foi semeada, algumas bem mais cedo. “O plantio segue levemente adiantado em relação às safras anteriores”, explica Gláucia. A expectativa de produção é 5,67% menor, caindo de 1,255 milhão de toneladas para 1,183 milhão/t, ou 72 mil t a menos.

A queda produtiva decorre do fato de que na safra passada, 2019/20, a produtividade média obtida foi superior às observadas nos anos anteriores, em especial no sul catarinense, graças a conjunção de fatores como distribuição das chuvas, luminosidade adequada, uso de cultivares de alto potencial produtivo e incremento tecnológico. “Para esta safra, prevê-se produtividade normal”, observa.

COMERCIALIZAÇÃO
De janeiro a julho, durante a colheita catarinense, cerca de 87% da produção foram comercializados em 2020 ao preço médio de R$ 51,42/sc de 50kg. Entre agosto e setembro, outros 5% da produção foram negociados, sendo 2,5% a preço médio de R$ 65,85 e 2,5% a R$ 85,83 por 50kg.

De outubro a novembro, 4% foram negociados em média de R$ 88,25, restando 3% da produção a serem vendidos, que devem se manter em igual patamar de preços. Com cotações elevadas, alguns produtores tiveram a oportunidade de se capitalizar e investir na safra recém-semeada, como a adubação correta, o que pode resultar em maior rendimento.

Os preços ao produtor em Santa Catarina dão sinais de estabilidade. A média de outubro foi cerca de -1% em relação ao preço de setembro, enquanto na primeira quinzena de novembro não houve variação sobre o mês anterior. “Isso se deve a pouca comercialização. Comparando o comportamento esperado, observa-se que, guardadas as proporções pelo momento atípico do mercado, este é um período em que os preços começam a mostrar estabilidade e devem se manter assim até a entrada da próxima colheita”, diz Gláucia Padrão.

Questão básica
Santa Catarina alcançou 47 mil toneladas exportadas de janeiro a outubro de 2020, quase oito vezes mais do que o exportado em 2019. Os principais destinos são África do Sul, Guatemala e Senegal. De janeiro a outubro Santa Catarina importou 36% a mais que em 2019, sendo 64% da origem o Uruguai, seguido do Paraguai (29,17%) e Itália (3,92%). Dos parceiros não tradicionais, foram registradas 71 toneladas, vindas do Paquistão, Tailândia, Espanha e Estados Unidos. Mesmo não representativo, o volume reflete a decisão do governo em reduzir a TEC até dezembro.