Estiagem e alta temperatura podem reduzir até 600 mil t na safra gaúcha de arroz

 Estiagem e alta temperatura podem reduzir até 600 mil t na safra gaúcha de arroz

Panícula/espiguetas brancas, um dos efeitos da estiagem e das altas temperaturas

(Por Patrícia Loss, Planeta Arroz) O impacto da forte estiagem e de temperaturas excessivas nas lavouras de arroz gaúchas trará prejuízos mais graves em algumas regiões, pontuais para alguns arrozeiros, mas que vão afetar o conjunto da safra. A conclusão é do analista e editor da AgroDados/Planeta Arroz, Cleiton Evandro dos Santos, depois de consultar diversas fontes da orizicultura gaúcha nas últimas duas semanas.

A volta das chuvas de forma mais abrangente na zona arrozeira do Rio Grande do Sul nos últimos dias, formada por seis regiões, evitará o aumento dos danos a uma boa parte das lavouras. Mas, em compensação, em outras regiões a situação continua crítica. A exceção negativa, nas precipitações desta semana, são municípios da Campanha – Rosário do Sul e São Gabriel – e da Fronteira Oeste, como São Borja, Itaqui e Uruguaiana, onde as chuvas foram ainda mais esparsas e fracas. Em São Borja, não chove forte desde novembro de 2021.

Parte importante das lavouras, mesmo com muitas precipitações, não se recupera mais. “Ainda que mais abrangente, a chuva não foi uniforme, regular e não alcançou todas as regiões. A situação continua bastante crítica em alguns pontos”, reconhece a meteorologista do Irga, Jossana Ceolin Cera.

A estiagem, associada a altas temperaturas provocou danos que ainda não foram mensurados oficialmente, mas que já são contabilizados extra-oficialmente pela cadeia produtiva. “Como a intenção de plantio previa o aumento de 1% na área semeada nesta temporada em relação à superfície colhida em 2021, o entendimento é de que pelo menos essa diferença de área para mais sobre o ano passado foi neutralizada, ou seja, 9,5 mil hectares estariam perdidos, em especial na Fronteira-Oeste, Campanha e Depressão Central”, observa Santos.

Segundo ele, essas são áreas que ficaram completamente sem água, em alguns casos sequer para banhos eventuais, e associadas à irrigação a partir de pequenos cursos d´água que secaram. Em Cachoeira do Sul, a cidade chegou a marcar 52mm de chuvas entre segunda e quarta-feira, mas zonas de produção no interior do município tiveram entre 1mm e 6mm. “Mesmo com a entrada da água e com o arroz sendo muito responsivo à tecnologia e ao clima, áreas que já estavam abandonadas não serão recuperadas e aquelas que estavam sem lâmina d´água, sujeitas a banhos, não recuperam a condição produtiva, nem que as chuvas normalizem daqui pra frente”, observa.

Ainda segundo Santos, parte da intenção de plantio de 960 mil hectares, indicada pelo Irga em setembro, sequer teria sido concretizada, exatamente pela dimensão do volume de água reservado, muito abaixo da necessidade das lavouras gaúchas em algumas regiões. “Chuvas de outubro e início de novembro recuperaram parcialmente as barragens em muitas regiões, mas não tanto em outras. E isso, associado a uma taxa de evaporação muito superior ao esperado e três anos de seca no Rio Grande do Sul, limitou a disponibilidade de água para a irrigação semanas antes do esperado”, entende.

Para o analista, sempre há alguns produtores que plantam um pedacinho da área contando com a sorte, no caso das chuvas. Seja porque o fenômeno El Niña, no caso de ser leve, traz chuvas esparsas ou porque houve uma sobra de sementes, adubos, residual de outra cultura, ou um “cantinho” da área disponível. “É uma aventura, e são casos isolados. Pode dar certo ou não, mas esse produtor está assumindo um alto risco e nesta safra, especificamente, não deu certo”.

Fora essa situação, há áreas que não conseguiram manter a lâmina d´água, algumas que foram banhadas eventualmente – que fatalmente terão redução produtiva – e danos à floração (abordo de flores) e má-formação das espiguetas/panículas com formação de grãos chochos/falhados. Muito se viu panículas brancas – similares à planta atacada por percevejos – ou escurecidas, que no caso não eram por doenças ou ataque de insetos, mas exatamente pelo efeito do calor e da falta de água.

“Mesmo áreas com lâmina d´água, temos visto muitas reboleiras de panículas brancas ou falhadas por causa das temperaturas por todo o Estado. A sensação térmica nos últimos 15 dias chegou a passar de 55 graus em algumas lavouras e há registros de medição da temperatura do solo, seco, acima dos 60 graus. Não há variedades que resistam a isso e sejam altamente produtivas. É uma condição climática inesperada lá na fase de planejamento da safra”, assegura.

Uma avaliação realista indica que perto de 10 mil hectares podem ter sido abandonados ou inviabilizados por falta de água nas lavouras gaúchas, o que levaria a área colhida a ser inferior à da temporada passada. Ao mesmo tempo, já se esperava uma produtividade normal, entre 8 e 8,5 mil quilos por hectare, e as condições do clima indicam que essa média poderia ser entre 3% e 7% menor em algumas regiões.

A expectativa é de que o RS colha, portanto, entre 7,60 e 7,99 milhões de toneladas, algo entre 7,7% e 3% em redução frente à colheita passada de 8,23 milhões de toneladas. “Vi algumas lavouras excelentes, que terão produtividades altíssimas porque além do planejamento da irrigação ter sido muito eficiente, tiveram chuvas mais regulares e as temperaturas mais altas não pegaram a fase de floração. Mas, no geral, há muitas áreas bastante impactadas”, explicou o editor de Planeta Arroz, que fez uma gira pelas regiões Central e Campanha.

“Além do clima, é também preciso lembrar que houve uma alta significativa nos custos de produção, em especial dos fertilizantes, energia e dessecantes. Quem comprou insumos em setembro, outubro, pagou 25% a 40% a mais do que quem comprou em abril. Isso é grave, impacta no pacote tecnológico adotado, obriga a plantar fora da época recomendada e ainda pode implicar em redução do uso de insumos importantes e da eficiência dos controles de pragas, doenças e invasoras”, lembra Santos.

 

Lavouras abandonadas por falta de água

SOJA E MILHO

A situação das culturas de soja e milho são as que mais preocupam as entidades setoriais. A Emater/RS indica que a cultura do milho teve perdas superiores a 60% em algumas regiões, enquanto a da soja beira 50%. Os produtores de tabaco, por exemplo, que costuma cultivar milho na resteva do fumo, a partir de janeiro, ainda nem plantaram por causa do solo seco e o atraso fatalmente os levará a perdas por clima, se insistirem no cultivo. Já na soja, algumas lavouras foram replantadas no início de janeiro e final de dezembro, mesmo com restrições do zoneamento agroclimático. Estes são casos de cultivos em coxilha.

Também preocupa os arrozeiros de propriedades com atividades diversificadas, o fato de que as pastagens gaúchas foram muito atingidas e isso gerou perda de peso na bovino e na ovinocultura. “A previsão de muitos analistas é de que em 2022 a soja ultrapasse os R$ 200,00 por saca de 60 quilos, nos portos e o milho bata na casa dos R$ 100,00. Mas, esta só será a realidade de quem tiver capitalizado e colher bem. Quem colher apenas 50% da lavoura e com a metade do potencial, estará colhendo o equivalente a 25% do volume previsto e isso, diante deste salto de até 60% no custos de produção é uma catástrofe. Uma estratégia de comercialização que tem dado certo nos últimos anos, para muitos produtores, tem sido vender soja, milho e carnes no primeiro semestre e esperar a valorização do arroz no segundo semestre. Em 2020 e 2021, houve um comportamento atípico do mercado e os valores foram maiores nos primeiros semestres”.

Mas, há também o cultivo de milho e soja em terras de arroz. Neste caso, temos colheitas de milho e conduções exemplares de soja em sistemas de sulco-camalhão, graças à possibilidade de irrigar os cultivos. Mas, por outro lado, onde faltou água para a irrigação, a soja teve tantos problemas quanto na Coxilha. Na região de Camaquã e Tapes, tempestades pontuais causaram inundações ainda em dezembro. Restou aos agricultores apenas a solução de replantarem suas lavouras, mesmo longe a melhor época de cultivo.

ONDA DE CALOR E DANOS

Durante os 22 primeiros dias, o estado do Rio Grande de Sul – e boa parte de Santa Catarina – enfrentou uma onde calor histórica, em que as temperaturas em algumas regiões ultrapassaram os 40 °C. Dentre essas regiões, estão as que possuem o cultivo do arroz irrigado, como as regiões: centro, fronteira oeste e campanha. Muitas lavouras encontravam-se no estádio de florescimento (antese). Nesse momento, a temperatura máxima é de 35 °C, e a ótima de 30-33 °C.

Com isso, a ocorrência de temperaturas elevadas, como ocorre no estado, podem interromper o florescimento, aumentando a susceptibilidade à esterilidade de espiguetas. Como consequência disso, tem-se a redução da produtividade de grãos. O impacto que esse fenômeno causou nas lavouras, contando que ele não volte a ocorrer no restante do ciclo, só será efetivamente conhecido na colheita, segundo a acadêmica de Agronomia Mariana Miranda Wruck, integrante do Grupo de Pesquisas em Arroz Irrigado da Universidade Federal de Santa Maria (GPAI/UFSM).

Para Manuel Henrique Fuchi Affonso, há 40 anos técnico do Irga Zona Sul, essa condição de clima requer, cada vez mais, que os agricultores usem mais os princípios da agronomia, enxugando custos desnecessários com insumos e aperfeiçoando o manejo. Uma das recomendações é o escalonamento do plantio e uso de cultivares de ciclos diferentes por questões agronômicas e também de logística. E isso já começa no planejamento da safra.

“É preciso fazer as operações certas na hora certa. Isso é ser eficaz e permitirá reduzir custos mesmo que isso implique em uma pequena redução da produtividade. O importante é aumentar a rentabilidade e o lucro por hectare e não gastar muito mais para produzir um pouquinho além do que já produz”, observa. Entende como fundamental que os produtores do Sul do Brasil busquem o apoio e a orientação do Irga, da Epagri e outras instituições públicas de pesquisa e extensão rural, cooperativas, e assistência técnica privada, quando houver possibilidade. As mesmas recomendações são extensivas a outros cultivos em terras baixas.

PREVISÃO

Jossana Ceolin Cera, meteorologista do Irga, explica que, apesar de um volume maior de chuvas e em mais áreas, as características do fenômeno climático La Niña continuam predominando e trazendo pancadas isoladas e chuvas rápidas. “Num mesmo município, temos casos de zero a 100mm de chuvas no mesmo dia numa distância de oito, 10 quilômetros, o que é típico desta condição climática”, observa. Nesta quinta-feira, dia 27, o tempo está mais fechado (nublado), principalmente na Metade Leste do Estado, condição que segue para Santa Catarina. As temperaturas não subirão muito.

Já entre sexta e domingo, o tempo permanece seco e ensolarado, em toda as regiões. Entre segunda e terça, uma frente fria passa pelo oceano, e deverá interferir no Rio Grande do Sul com aumento da nebulosidade e pequena chance de chuva. As temperaturas subirão, novamente, mas há esperança de que não repitam os mesmos patamares das primeiras semanas do mês. “Depois, a previsão aponta para chuva um pouco mais forte, entre os dias 05 e 06 de fevereiro”, reconhece Jossana.

Média das chuvas dos últimos dias – Irga

14 Comentários

  • O Irga sempre querendo minimizar os problemas! Em resumo: até agora o prejuízo é de 25% ou 2.000.000 toneladas… E a seca continuará… E os falhados serão muitos… E o rendimento será horrivel… E a produtividade menor!

  • Claiton, não sei como tu chegou a esses números… mas te digo que os prejuízos serão bem maiores que essas 600.000 ton. Estamos diante da pior seca da história! Acho que dessa vez tu vais passar vergonha! Muita vergonha! Maçambará e São Borja perderam 60% do arroz… Itaqui 25%… Uruguaiana e Alegrete 40%… O pessoal tá dando risada desse teu chute???

  • Caro Flávio.
    Ano passado, segundo alguns “movimentos” o RS não colheria mais de 7,1 a 7,3 milhões de t e os preços médios iriam acima de R$ 120,00/saca. Fechou em 8,23 milhões de t e média de R$ 77,58 em 2021. Planeta Arroz projetou 7,8 a 8,0Mt e preços médios de R$ 70,00 a R$ 80,00 já no dia 17/12/2020. Os números não caíram do céu. Falamos com muita gente boa antes de fechá-los. Tenho prints das “lideranças” nos xingando por “inflarmos” a safra “cuja quebra seria de 20%, para favorecer a indústria”. Alguns desses colheram seus recordes, não venderam a 18 dólares para exportação e devem estar esperando os R$ 120,00 por saca até hoje.

  • A história se repete ano após ano. As mesmas pessoas que reclamam aqui, reclamam dos números do Irga e ainda acreditam que o mercado muda se ele exagerar nas tintas e no alarmismo. Tu já percebeste que TODOS OS ANOS temos os mesmos comentários de quebra produtiva, falta de produto, etc… e que, em geral, são os mesmos autores? E que quando chega a colheita eles somem ou fazem de conta que nada disseram? A indústria, o varejo, as tradings, os bancos, os analistas, os assistentes técnicos sabem dimensionar a safra, pois têm acesso aos dados do conjunto. Só alguns produtores – porque muitos têm acesso e fazem valer esse acesso às informações – ficam isolados no passado ou em grupos de whatsapp que repetem sistematicamente o cenário de caos. Como se para valorizar o setor, alguém precisasse ter prejuízo ou precisássemos de mais desgraças no mundo. O que temos é um retrato do momento. Em abril/maio, teremos números finais. Talvez confirmando, talvez modificando. Até lá, outros retratos virão, de outras fontes. E seguiremos no compromisso de informar aquilo que conseguimos apurar.

  • Parabéns, Planeta Arroz, um desses que comenta ano a após ano, quebra de safra, prejuízos recordes e outras tantas bobagens é justamente o Sr. Flávio Evandro. Ninguém aguenta ler tanta bobagem que esse cidadão escreve aqui.
    Parabéns mais uma vez pelas duas respostas muito bem elaboradas, dadas a esse cidadão.

  • Parabéns Planeta Arroz , Falou pouco mas falou Bonito

  • Vocês vão passar vergonha! Arroz subiu R$ 5,00 na fronteira-oeste só nessa semana. Em pleno inicio de colheita! Não querem acreditar o problema não é meu… Quanto a seu Paulo Marques já deve estar apavorado porque os preços estão disparando! Quem não tem conhecimento parte prá ignorância ofendendo… É uma pena que esse aplicativo não permite anexar fotos, laudos, publicações e outros documentos! Ano passado foi um ano normal e o produtor foi iludido pela continuidade da pandemia… das importações exageradas pela redução da TEC! Aguardemos maio. Tão multando e querendo prender Brasileiros no Paraguay pelos efeitos devastadores da seca e das pichadas d,agua! Argentina torrando e Uruguay segurando seu produto prá vender a U$ 14… E as enchentes pegando eles no Rio Orimar e Negro! Agora falar em remunerar o produtor que gastou R$ 85 por saco ninguém fala! Abram espaço para publicarmos fotos! Olhem lá no Facebook do Miguel Tavares que é uma pessoa de profundo conhecimento! Todo mundo desesperado. Relatando as suas perdas.

  • Senhor Flávio, lhe pergunto, falei alguma mentira???? Se olharmos todos os seu comentários até hoje, o senhor não comenta nada de bom é sempre terra arrasada, é só cenários pessimistas, não tem quem aguente mesmo.

  • Sr. Paulo eu falo exatamente o que está acontecendo! Ocorre que a industria não gosta que o produtor fique a par de muita coisa! Muitos arrozeiros já estão convencidos de que só ganham dinheiro com pandemia, seca ou enchentes! É isso só acontece pq ambos os lados não confiam um no outro! Muitos confundem pessimismo com realidade! E na fronteira-oeste o quadro é desolador, principalmente para aqueles q plantam com barragens! Se o quadro não fosse terrível pq motivo o arroz subiu R$ 5,00 em uma semana? Fale com seus “amiguinhos” da industria lá de Itaqui… Cada um luta com as armas que tem! Até hoje não vi um “produtor” reclamar aqui dos meus comentários. O dia que eles fizerem isso tiro meu time de campo! Até lá os “picaretas” vão ter que me engolir!

  • Sr. Flavio, esse ano não tem perspectivas boas para exportação, a oferta vai se voltar para o mercado interno, então já viu, o produtor esta capitalizado neste momento, achando que vai vender arroz a 120,00, mas esquece, isso não vai acontecer. Hoje arroz a R$ 70,00 de custo para indústria, já começa a ficar difícil de repassar para o varejo, o consumidor não quer saber de comprar arroz caro, ele quer produto barato e de boa qualidade, goste o senhor ou não.

  • Mercado Futuro = U$ 16,92 o saco… No Uruguay = U$ 14,50 o saco… Aquí no RS o Irga tarda em divulgar o custo por saco da safra 21/22… Mas a grande maioria fala em R$ 80/85 para produzir um saco! Te pergunto: – Se não tem exportação e se o consumidor não quer comer arroz caro (R$ 70 o saco) o que vai acontecer??? Eu penso que a grande maioria vai abandonar e ficarão apenas os grandões! Só que os grandões tem silos e não entregarão seu produto a preço de banana! O arroz é um produto barato. R$ 40 de arroz abastece tranquilamente uma familia de 5 pessoas por um mês! Do arroz deriva o canjicão, o azeite, o farelo, dentre outros subprodutos! Tem mercado prá tudo! O Sr. fala que será um ano difícil para exportações. O presidente da Federarroz fala aqui no Planeta Arroz que as exportações serão muito boas em 2022. Não adianta todos querem defender o seu lado da história! Só que eu não tô aqui inventando coisa para assustar o mercado! A fronteira-oeste e a depressão central definham, torram, derretem por falta de água. Isso é fato! Não acreditam. Se bandeiem prá lá. Eu pago a gasolina ou diesel prá vocês! A lei da oferta e da procura tem esse lado! Escassez gera falta de produto. Gera incertezas e medos! Se com R$ 65 (409 58 rend) estamos amargando R$ 15/20 de prejuizo, imagine o Sr. Perdendo 50% a 60% da safra! O seguro privado não paga nem os custos. É por isso que eu venho pedindo há anos pros CPRs plantarem soja, milho, etc. São eles que inundam o mercado de arroz e puxam os preços lá para baixo sem lucrar quase nada, ou até mesmo acumulando sérios prejuízos!

  • Muito bem pontuado seu post sobre a tendência no varejo Sr. Paulo Marques, tanto o primeiro quanto o segundo setor vão ter que “exercitar” muita matemática para enfrentar essa desvalorização da moeda que acaba aumentando nossos custos e o custo dos consumidores do que produzimos!
    Nos dias atuais, não deveriamos estar repetindo determinadas “narrativas” como: “a culpa é do governo”, “a culpa é da indústria”, “a culpa é do banco”, “a culpa é da revenda,” “a culpa é do tempo” e por aí vai.
    Isso é argumento para quem ainda não entende a cadeia produtiva do que cultiva, e, nós temos que entender para nos mantermos na atividade do primeiro setor. Vamos profissionalizar mais o debate no setor primário, sem vitimismo, sem achismo, sem por a culpa sempre no outro. Não podemos esquecer que as coisas que estão ao alcance do Empreendedor Rural controlar são: a sua atitude perante o negócio, a sua perspectiva do mercado, o seu conhecimento no que atua, o seu risco na atividade, o seu custo de produção, o seu planejamento estratégico, o seu fluxo de caixa e o seu estado psicológico. A variação de preço (de produto ou insumo) é uma “consequência” que não controlamos, e, que deve continuar assim. Então vamos tentar falar mais sobre GESTÃO de custos, GESTÃO de riscos, mercado futuro (sem números do além) e trazer o debate para um ambiente mais maduro e produtivo pra todos.
    É inadimissível que estejamos esperando que alguém publique o “meu custo”. Cada um tem o seu, até mesmo porque o correto seria criar um Índice com componentes do custo e sua variação anual de preço, aí cada produtor compara seu custo individual ou até mesmo utiliza para replicar seu planejamento financeiro. Seria ótimo podermos trazer os debates e compartilhar os conhecimentos dentro deste contexto, pois nenhuma empresa se mantem em atividade sem conhecer o próprio custo, e, nós não estamos fora desta regra.
    Minha solidariedade a todos os prejudicados pela estiagem (que são muitos) e que Deus abençoe esta safra. Lembrem-se que todo fim é oportunidade de um recomeço!

  • Isso mesmo Sr. ZR1, o Sr. Flavio já confessou que vem de família de produtores, infelizmente ele próprio não foi bem sucedido no negócio (plantar arroz), tanto que mudou de ramo e hoje é advogado, as suas terras acabou por arrendar para o irmão, palavras escritas por ele próprio em comentários anteriores. E desde então vem usando seu “case” de fracasso para nivelar os demais produtores. Já comentei diversas vezes aqui, que cada produtor é o gestor de sua lavoura e que o sucesso ou o fracasso não depende de terceiros e sim do sua própria gestão do negócio e visão de mercado, quem estiver melhor preparado sempre saíra vencedor e cada vez mais fortalecido, não é a Indústria A, B ou C que vai determinar se os produtores irão quebrar ou não, aliás, as indústrias também devem fazer uma boa gestão, por que senão elas quebram também. Mas parece que o Sr. Flavio não entende isso, precisa ser constantemente lembrado que existem muitos produtores que estão muito bem e que continuem assim, colhendo lucro ano após ano, com arroz, soja e gado, fazendo um excelente manejo em suas terras e com muito sucesso.
    Sr. Flavio, assim como em um de seus comentários o senhor mandou eu vender farelo, pois julgou que é só isso que sei fazer, agora lhe digo o mesmo, invista na carreira jurídica e deixe plantar arroz quem sabe plantar e gerir o negócio. Grande abraço e espero que entre na sua cabeça que a indústria não é culpada de nada, ela é somente mais um elo da cadeia produtiva.

  • Parabéns pelo seu comentário Planeta Arroz e SR. Paulo Marques, balburdias e achismos não levam a lugar nenhum e só geram mais desinformações e expectativas frustradas. O sr. Flávio só faz esse tipo de comentário para gerar alardes na expectativa de poder vender a um preço maior o seu arroz recebido “suadamente” de seu arrendamento e sustentar suas extravagâncias típicas de alguém mal sucedido na sua vida profissional. Afinal morar em canela não deve ser barato, segundo estimativas. Nem na advocacia deve ser competente, quem dera para contestar dados e números do SR. Cleiton, profissional idôneo que tenta retratar a realidade sem a algazarra de alguém que não deve nem saber plantar arroz em um vaso de flor no pátio de sua mansão sustentado pelo suor de terceiros.

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