Famato cobra efetivação de medidas anunciadas no tratoraço

Mais de 15 dias depois do “Tratoraço” produtores ainda esperam efetivação das medidas, que emperram na burocracia e na crise das denúncias de corrupção contra o partido do presidente da República e da base aliada.

Passadas duas semanas desde o Tratoraço – alerta do campo, que mobilizou 20 mil produtores rurais de todo o país em Brasília – o setor agropecuário ainda cobra a efetivação das medidas sinalizadas pelo governo federal. A principal delas é a liberação de R$ 3 bilhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) via o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Homero Pereira, deverá se reunir esta semana, em Brasília, com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Roberto Rodrigues, para discutir a liberação dos recursos.

O representante aponta a burocracia inerente à máquina pública e a crise política instalada em Brasília com os escândalos de corrupção envolvendo o governo e o Partido dos Trabalhadores (PT) como principais motivos da não efetivação das medidas de socorro anunciadas durante o tratoraço.

– Houve uma decisão política, mas existe a burocracia que impede que as coisas sejam viabilizadas com a rapidez que o produtor precisa neste momento. Mas acho impossível que o presidente Lula não tenha se sensibilizado com nossos apelos – acrescentou.

O presidente da Famato alerta que a liberação dos recursos do FAT, destinado ao pagamento de dívidas acumuladas junto ao setor privado, é crucial para a manutenção da atividade agrícola no país para a próxima safra.

– Se o produtor não conseguir quitar suas dívidas agora, sem resolver o passado, como conseguirá comprar os insumos para o novo plantio – questiona o líder rural.

A previsão da Famato é que a área plantada em Mato Grosso seja enxuta em 20%. Caso o prognóstico se confirme, a atual área plantada de 8,432 milhões de hectares diminuirá para 7,588 milhões de hectares.

– Essa demora vai custar muito mais caro ao país. Imaginem só o governo federal ter de gastar nossos sofridos dólares para comprar alimentos – finalizou.

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