Melhores preços
Mesmo com a possibilidade de compras externas, fora do Mercosul, sem a incidência da Tarifa Externa Comum (TEC) o Brasil poderá ter um bom desempenho de preços na próxima temporada, se mantido o cenário neutro do modelo econométrico adotado pela Conab para a cultura do arroz. A companhia estima que a cotação de entrada na próxima safra, por saca de arroz de 50 quilos, em casca, 58×10, deve ficar em R$ 56,84, em março de 2021.
A estimativa indica que o pico de preços poderá alcançar R$ 72,90/sc no cenário otimista. Para a entrada da próxima safra, o preço deve ficar entre R$ 63,64/sc e R$ 56,84/sc. Caso o cenário traçado de produção seja concretizado, espera-se que o preço fique na entrada da safra próximo ao estimado no cenário neutro (R$ 56,84/sc), mantendo a projeção de redução nos preços e elevação dos custos de produção, por causa do dólar mais alto na compra de insumos, entre outros fatores, a rentabilidade deverá cair.
A redução nas cotações, comparada ao dia 25 de agosto, quando bateu em R$ 88,49, é de 33,5%, valor equivalente a R$ 31,65 por saca. No entanto, é importante lembrar que algumas indústrias da Campanha, da Fronteira Oeste e da Depressão Central financiaram lavouras, via Cédula de Produto Rural (CPR´s), com preço travado em R$ 60,00 por saca para 30 de março, uma inovação no sistema de crédito privado. Trata-se de uma proposta experimental, de baixa capilaridade.
A conclusão da Conab é de que, com o cenário se mantendo com perfil neutro – nem no limite inferior nem no limite superior –, o mercado permanecerá com preços elevados até a entrada da próxima safra 2020/21, mesmo com ingresso de produtos de terceiros países, diante de uma retirada da Tarifa Externa Comum de 12% (que chega a 14% em cascata) se os volumes não passarem de 300 mil toneladas (com outras 500 a 600 mil toneladas do Mercosul). De qualquer forma, a perspectiva é de que as cotações em 2021/22 fiquem em um patamar inferior ao identificado na safra 2019/20. A importação ajudará a estabelecer paridade com o mercado internacional, que no fim de agosto estava acima de R$ 100,00 por saca, colocada no Brasil.
Para a Conab, a recuperação da oferta nacional, em razão de uma projetada recuperação de área, será fator determinante neste comportamento estimado. Caso a produção expanda em 7,3% de acordo com o indicado pelo modelo econométrico, há alta probabilidade que a curva de preços se comporte semelhante ao indicado pelo modelo de séries temporais no cenário neutro. Esta, como comprovamos anualmente, é uma tendência, nunca uma certeza.