Prato cheio

Brasil será autossuficiente
na produção de arroz
na temporada 2013/14
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Com um aumento de área de apenas 0,7%, o Brasil semeará no total 2,42 milhões de hectares de arroz na temporada 2013/14, mas terá um aumento produtivo de 6,6%, colhendo 12,6 milhões de toneladas do cereal em casca. A expectativa é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em seu sétimo levantamento da produção de grãos, divulgado em abril. O Rio Grande do Sul, nas contas da Conab, é o grande responsável por este aumento produtivo e em produtividade, mas também contam para isso Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que cultivam arroz de terras altas. A produtividade brasileira crescerá 5,8%, de 4.926 quilos por hectare para 5.213.

Segundo a Conab, toda a região Centro-oeste apresenta aumento de área: Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul representam ampliação de 19%, 10,8% e 2%, respectivamente, em suas lavouras. “O arroz é a cultura usada na incorporação de áreas agricultáveis, em maioria, pastagens degradadas que não recebem a devida correção de solo. Isso leva os agricultores a investirem inicialmente no cultivo do cereal, pela sua tolerância à acidez. Após uma ou duas safras consecutivas, essas áreas estão aptas a serem cultivadas com soja e milho. Isso diminui o custo de implantação, pois, quando se opta por plantar uma cultura susceptível à acidez já no primeiro ano de cultivo, como a soja, há a necessidade de aplicação de calcário e aumento de doses de adubação”, cita a Conab.

Na Região Sul, apesar da redução de 8,2% de área no Paraná, Santa Catarina deve manter a área de produção e o Rio Grande do Sul deve aumentar em 4,4%. No território gaúcho, maior produtor nacional, a área cultivada com arroz na safra 2013/14, estimada em 1.113,5 mil hectares, é 3% maior que a cultivada na safra anterior, segundo a Conab. O acréscimo é devido à disponibilidade de água nos mananciais no inverno e na primavera passados, suficiente para assegurar a irrigação das lavouras, e o preço do produto no mercado, cobrindo o custo de produção. A colheita teve início pela Fronteira-oeste do estado, que responde por 30% da área total semeada e no dia 17 de abril já tinha colhido 83% da área cultivada.

Inicialmente, a Conab espera uma colheita maior do que na safra passada, apesar dos produtores gaúchos se mostrarem bastante decepcionados em razão do alto volume de grãos falhados e chochos. No visual, as lavouras são excelentes, mas após colher se identifica muitos cachos com falhas de grãos. A expectativa da manutenção da produtividade fica por conta dos resultados das ações climáticas, devido à ocorrência pontual de granizo e alguns alagamentos e enxurradas que arrastaram o produto em áreas às margens de arroios e rios. Os ventos também provocaram acamamento do arroz e, onde ele acontece, dificilmente a colheitadeira consegue colher mais que 70% da produção. O volume colhido deve superar os 8 milhões de toneladas.

FIQUE DE OLHO
O custo de produção teve aumento significativo, segundo o setor, devido ao maior número de tratos culturais inesperados, como a aplicação de fungicidas para combater a brusone em algumas variedades menos tolerantes à doença, além do aumento de uso de outros insumos indispensáveis na lavoura. Outro item acusado como pesado pelos produtores foi o acréscimo do custo da mão de obra, que, além de cara, está escassa. O frete teve aumento de valor pela maior demanda e o custo do óleo diesel.

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