Preço baixo do arroz faz produtor ofertar o cereal no MT

Produtores do Mato Grosso pressionam o mercado ofertando produto e registrando queda nos preços.

A previsão feita no final da colheita da safra 2003/04 pelo presidente da APA (Associação dos Produtores de Arroz) de Mato Grosso, Ângelo Maronezzi, de que o preço do arroz estaria melhor nesta época do ano, está difícil de se concretizar. Logo após a colheita, Ângelo acreditava que em novembro e dezembro o valor do produto estaria mais alto do que logo após os términos do trabalho nos campos devido a grande oferta do produto na época. Mas o cenário ainda não mudou, o preço do arroz continua em baixa e, segundo Ângelo, não há previsão de aumento.

O que de certa forma conforta o presidente da entidade é o fato de que a situação não é apenas para os orizicultores e se reflete em outras culturas. “Está ruim para todos, tanto para quem planta soja, como milho e para o produtor do arroz não é diferente. O preço está ruim e não sei quando será revertido”, frisou. “O mercado é muito volátil. Uma hora vai bem outra está lá em baixo, então é difícil fazer uma previsão, depende de uma resposta de mercado não só interno mas externo também”, destacou.

Um dos fatores para o preço baixo, conforme Maronezzi, é a falta da venda escalonada, ou seja, o produtor não está segurando o produto e vendendo aos poucos. “Hoje o produtor está vendendo, seja o preço que for, para pagar as contas, com isso a oferta está maior que a procura e o mercado não reage. Por isso o preço continua baixo”, explicou. “Se houvesse essa venda escalonada, o produtor fosse soltando o grãos aos poucos com certeza o preço seria outro, estaria melhor”, prevê.

Com preço do arroz em baixa e o preço dos insumos em alta, o plantio da safra este ano em Mato Grosso, um dos maiores produtores do país, será a mesma área da safra passada, entre 585 a 600 mil hectares, segundo previsão da APA. A colheita deve chegar a 1,5 milhão de tonelada.

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