Pressão oriental

 Pressão oriental

Oferta asiática
derruba preços
no início do ano
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O aumento da oferta de arroz por parte da Tailândia, a boa safra do Vietnã e a pressão dos altos estoques destes países somados aos da Índia, maior exportadora mundial em 2013, afetaram os preços do mercado internacional no primeiro trimestre de 2014. Segundo o relatório mensal InterArroz, do economista Patrício Méndez del Villar, do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad), da França, em março, os preços mundiais marcaram uma tendência baixista pelo retorno da Tailândia às vendas externas. Desde o início do ano, as exportações tailandesas aumentaram 40% em relação a 2013, na mesma época. No Vietnã, os preços tenderam a baixar com a chegada da nova colheita.

Por outro lado, os preços na Índia e no Paquistão se mantiveram relativamente firmes, devido a preços internos mais altos e à revalorização da rúpia frente ao dólar, mesmo com os altos estoques. Por sua vez, nos Estados Unidos e no Mercosul, os preços de exportação seguiram estáveis. “A tendência baixista dos preços mundiais deve continuar, mas pode ser limitada se a produção asiática for afetada pelo fenômeno climático El Niño nos próximos meses”, alerta Del Villar.

Segundo a FAO, a produção mundial em 2013 subiu 1%, para 744,7 milhões de toneladas (496,6Mt base beneficiado), contra 736,5Mt de arroz em casca em 2012. As colheitas no Hemisfério Sul estão quase concluídas e devem ser maiores no Brasil, Indonésia e Madagascar. No entanto, a seca afetou as safras na Austrália, Peru e leste da África. No Hemisfério Norte, a campanha agrícola está começando e as perspectivas indicam o possível aumento da produção na China, na Índia, nas Filipinas e nos Estados Unidos. A produção mundial em 2014 poderá crescer 0,8%, para 750Mt de arroz em casca (500,5Mt base beneficiado), devido aos baixos preços internacionais e o temor de um novo episódio climático El Niño em regiões asiáticas. Na África subsaariana, a produção arrozeira 2013/14 aumentou levemente devido à precipitações inferiores ao normal, especialmente no sul do Sael.

COMÉRCIO

Em 2013, o comércio mundial caiu 3%, a 37,3Mt, contra 38,4Mt em 2012. Esta contração, segundo Patrício Méndez del Villar, se deve à menor demanda internacional dos principais importadores asiáticos e do oeste da África, onde a produção aumentou. Em 2014, as previsões têm sido elevadas, considerando a estagnação produtiva global em decorrência das más condições climáticas no Sudeste asiático. O comércio internacional poderia, pela primeira vez, aproximar-se de 40Mt.

FIQUE DE OLHO
Os estoques mundiais de arroz, no final de 2013, marcaram um novo recorde, de 175Mt, alta de 8,3%. As primeiras projeções para 2014 indicam um novo incremento, para 180Mt. Os altos estoques têm evitado o aquecimento nos preços e também contribuem parcialmente para evitar saltos mais significativos nas cotações em caso de queda na produção global.

 

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