Superávit

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Arroz em casca: encontrou mercados

Arroz teve saldo líquido de
799 mil toneladas em 2015.

 Em meio à alta de custos de produção e ao clima desfavorável que causa prejuízos à safra 2015/16, a cadeia produtiva do arroz do Brasil tem poucas razões para comemorar, mas o desempenho do cereal brasileiro no mercado externo é um destes casos. No ano civil de 2015, isto é, entre 1º de janeiro e 31 de dezembro, o setor exportou 1,309 mil toneladas de arroz base casca. O total das importações somou 510 mil toneladas. Mais de 90% das importações vêm do Mercosul. Cerca de 2,5% das compras do Brasil é de arroz arbório, aromático, japônico, colorido ou outros tipos especiais para alta culinária, com maior custo, mas baixo volume.

Estes números indicam que o Brasil teve um superávit de 799 mil toneladas de arroz base casca na balança comercial de 2015. O câmbio muito favorável, que manteve média próxima de R$ 4,00 por dólar ao longo do ano, facilitou os embarques brasileiros ao mesmo tempo em que retirou a competitividade dos produtores internacionais em exportarem para o Brasil.
Ao longo de 2015 o Brasil exportou para 58 países. Cuba, com 250,3 mil toneladas de arroz, foi o maior comprador do cereal brasileiro, seguido do Senegal, com 156,6 mil toneladas, Venezuela (120 mil toneladas), e Serra Leoa (110 mil toneladas). Entre os clientes brasileiros gera alguma curiosidade a presença dos Estados Unidos, com 18,6 mil toneladas do cereal.

Também é curioso ver que os maiores fornecedores de arroz também adquirem o produto nacional, casos da Argentina, com aproximadamente mil toneladas, do Paraguai, com pouco mais de 500 toneladas, e do Uruguai, também perto deste volume, além da Guiana (4,5 toneladas). Em 2016 o Brasil deverá exportar 1,1 milhão de toneladas, segundo dados do governo federal.

O Paraguai foi o maior fornecedor de arroz para o Brasil pelo terceiro ano civil consecutivo, desta vez com 360 mil toneladas de janeiro a dezembro de 2015, com 70% do volume total do cereal importado pelo mercado brasileiro. O destino principal são os mercados de São Paulo e Minas Gerais.

Dentre os 17 fornecedores do grão, o segundo maior é a Argentina, com 66 mil toneladas em 2015, seguida do Uruguai, com 45 mil toneladas, e da Guiana, com 28 mil, sempre em base casca.

Além dos tradicionais fornecedores, desperta atenção a compra de 6 toneladas de arroz de Israel e 10 toneladas do Malavi. A expectativa é de que em 2016 o Brasil amplie as importações para manter o equilíbrio de seu mercado. A projeção é de 1 milhão de toneladas adquiridas.

FIQUE DE OLHO

No ano comercial que começou em 1º de março de 2015 e seguirá até 28 de fevereiro de 2016 a expectativa da cadeia produtiva é de que o Brasil supere a exportação de 1,4 milhão de toneladas, que seria o segundo maior volume exportado pelo país desde que retomou as vendas externas, há mais de 10 anos. De março a dezembro o país bateu na casa de 1,19 milhão de toneladas exportadas, com média superior a 120 mil toneladas por mês. Em contrapartida, a expectativa é de que as importações não passem de 650 mil toneladas, o que deve gerar um superávit superior a 700 mil toneladas e próximo de 300 milhões de dólares.

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