Vai pegar no tranco

 Vai pegar no tranco

Maior produção e estoques altos estabilizam os preços

Ano começa com menos negócios, mas comércio internacional aquecerá ao longo de 2017, segundo analistas
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Em maio a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) deverá divulgar a expectativa de safra global na temporada 2017 e a atualização dos estoques. O anúncio deve confirmar aumento de área cultivada e produção mundial do arroz apesar de algumas retrações pontuais de acordo com a disponibilidade de água e tecnologias ou por fatores políticos, econômicos e de mercado na Ásia e na África.

Em seu último relatório, a FAO confirmou o aumento de 1,2% na produção mundial em 2016, para 749 milhões de toneladas de arroz em casca (497,8 milhões/beneficiado) contra 740 milhões em 2015. O crescimento traduziu o avanço nas áreas plantadas e clima favorável, em especial no sul da Ásia. No sudeste asiático, Indonésia, Vietnã e China tiveram colheitas mais fracas. Na África, a produção cresceu, exceto no sul do continente, que enfrentou seca. O fenômeno El Niño afetou a produção na América Latina e no Caribe na temporada passada, mas a colheita em curso no Mercosul deve agregar 7% mais arroz, especialmente pela recuperação das lavouras brasileiras. Na América do Norte, a safra foi maior.

Segundo o analista do mercado mundial de arroz Patricio Méndez del Villar, do Cirad, da França, em 2016 o comércio mundial caiu 7%, para 41,6 milhões de toneladas, ou seja, o mais baixo volume dos últimos cinco anos. Este comportamento está associado à queda na demanda asiática e ao pequeno crescimento das compras africanas. “Do lado da oferta, todos os exportadores foram afetados pela redução do comércio mundial, exceto Tailândia e Paquistão, que mantiveram suas vendas relativamente estáveis”, assegura. A Tailândia vem promovendo a busca de conversão de algumas lavouras, especialmente em áreas de risco e de baixa valorização do cereal.

Segundo as últimas projeções, o comércio mundial em 2017 pode aumentar 3,5%, ultrapassando 43 milhões de toneladas, ainda assim este nível seria inferior ao recorde de 45,6 milhões de toneladas em 2014. Apesar disso, os três primeiros meses do ano registraram queda de 10% a 20% nos embarques dos grandes exportadores da Ásia.

ESTOQUES

Os estoques mundiais de arroz terminaram 2016 com queda de 2%, até 171,2 milhões de toneladas. Esta contração afetou principalmente a Índia e a Tailândia, onde as reservas públicas continuam baixando graças a programas de governo e pressão de venda externa dos estoques de baixa qualidade acumulados pelos tailandeses desde 2011. Apesar disso, Patricio Méndez del Villar entende que em 2017 os estoques mundiais podem se manter estáveis. Ainda assim será um volume confortável, equivalente a um terço do consumo mundial. A FAO recomenda a manutenção de um estoque médio próximo de 18% para os grãos. Portanto, os estoques de arroz ainda são altos para promover uma recuperação mais importante nos preços internacionais.

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