Volta ao passado

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Preços altos impulsionam o aumento da área cultivada com arroz no Brasil
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 Como já era de se prever, dado ao histórico da cadeia produtiva após uma temporada de bons preços, a área semeada com arroz e, por consequência, a produção brasileira na próxima safra, vão crescer. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apresentaram no dia 25 de agosto as perspectivas para a safra agrícola 2020/21.

Para o arroz, confirma-se a tendência de ampliação da superfície semeada em 12,1%, agregando mais 201 mil hectares sobre os 1,666 milhão de 2019/20 e somando 1,867 milhão de hectares.

A colheita só não crescerá proporcionalmente por causa de uma produtividade em queda de -4,3%, ou 290 quilos por hectare, uma vez que a temporada passada registrou rendimentos recordes por área. Mesmo com a redução de 6,71 para 6,42 toneladas por hectare, o aporte será de 7,2% de grãos, passando das 11,18 milhões de toneladas para 11,98 milhões de toneladas, consolidando a evolução de 800 mil toneladas sobre a temporada passada.

Exceto na safra passada, em ano de clima neutro marcado por grande estiagem, as maiores produtividades das lavouras do Sul do Brasil aconteceram sob La Niña, fenômeno que tem mais de 60% de chances de ocorrer nesta safra.

Após seguidas quedas no consumo, projeta-se recuperação como resultado do maior volume de refeições no domicílio após o surgimento da pandemia e também a menor disponibilidade de renda. O crescimento de 5% no atual ciclo, para 10,8 milhões de toneladas, deverá crescer pouco mais de 3% em 2021/22, chegando perto de 11,2 milhões de toneladas e voltando aos patamares da temporada 2017/18.

Ainda assim, permanecerá quase 4% abaixo da média de demanda doméstica nos últimos 10 anos, que é de 11,6 milhões de toneladas.

A balança comercial deve permanecer superavitária em 500 mil toneladas. O estoque final de passagem da temporada 2020/21, tem uma recuperação prevista de para 816,6 mil toneladas, portanto, o maior dos últimos seis anos, contra o de 530 mil toneladas do fim do ano comercial atual, em fevereiro de 2021, que é o menor em quatro safras.

As perspectivas foram apresentadas por Sérgio Roberto Santos Júnior, gerente de Inteligência, Análises Econômicas e Projetos Especiais da Conab, com participação da ministra Tereza Cristina, da Agricultura, e dirigentes setoriais e do governo. O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) anunciaria as suas estimativas para o Rio Grande do Sul apenas em setembro.

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