Oito anos de trabalho e conquistas

 Há oito anos começávamos um trabalho desafiador tomando a frente da Câmara Setorial Nacional do Arroz. À época, a cadeia tinha um diálogo difícil, com muitos conflitos de interesse. Não eram poucos os que estavam mais preocupados em prejudicar o elo ao qual estavam presos do que resolver os problemas que eram comuns a todos.

Com tratamento sempre igual entre os membros e com respeito à posição e às dificuldades de cada um – partíamos de um pensamento de que não existe indústria sem arrozeiros nem arrozeiros sem indústria – implantamos um processo de mudança no sentido de pacificar relações e elevar a qualidade das discussões. Mudanças para que enfim pudéssemos utilizar esse poderoso instrumento de geração de resultado, que é a câmara setorial, para os propósitos aos quais ele foi criado: encaminhar ao governo federal os anseios da cadeia e representar as entidades que a compõem. Aos poucos e em conjunto fomos aprendendo a força do diálogo e do consenso. E os resultados foram aparecendo.

Enfrentamos a enchente de 2010, que devastou as lavouras da Depressão Central, e levamos ao governo as reivindicações do setor. Combatemos a crise de preços do arroz no ano seguinte, propondo por um lado ações que levaram a Conab a fazer a maior intervenção da história no mercado do cereal, comprando e estocando produtos para enxugar a oferta, e de outro lançando mecanismos para acelerar as exportações. Foi a maior compra e a maior exportação da história em um ano. O governo ainda vendia o arroz comprado na época até o ano passado. Sem esse conjunto de ações, provavelmente até hoje estaríamos sofrendo os efeitos daquela crise e muito mais produtores teriam desistido da cultura, presente na cesta básica do brasileiro.

Na sequência, novamente com o apoio e a união da cadeia produtiva, abrimos nossas portas para a proposta encaminhada pelas entidades, sob liderança da Farsul, de renegociação das dívidas em 10 anos, esta consagrada na Resolução nº 4.161/2012, mantendo milhares de produtores na atividade após dois anos sucessivos de fortes prejuízos.

Trabalhamos também no sentido de organizar o calendário de leilões da Conab de forma que as compras fossem rápidas e as vendas mais lentas e em períodos menos prejudiciais aos produtores. Contando, como sempre, com a união dos elos da cadeia.

Nossa câmara foi palco de encaminhamento de propostas que ajudaram a aumentar as exportações industriais de arroz, bem como o incremento e a promoção do consumo interno. As condições de acesso ao crédito e a pontaria dos mecanismos de comercialização ocuparam sempre posição de destaque em nossas reuniões. Sempre servimos de voz da cadeia arrozeira nos ouvidos nem sempre atentos dos ministros de plantão.

Chegamos ao final de uma jornada que termina muito melhor do que começou. Apesar da solicitação de todas as entidades componentes para que a Farsul pudesse ser reconduzida à presidência da câmara, não foi possível por questões estatutárias. Neste ponto, entregamos o bastão para o vice-presidente da Federarroz, Daire Coutinho, a quem desejamos sorte e sucesso e oferecemos nossa parceria e apoio.

Além do bastão, transmitimos um grupo com 86% de presença e sendo considerado o mais ativo entre todas as 38 câmaras setoriais e temáticas do Brasil. Uma câmara madura, ciente de sua importância, unida e com portfólio de resultados. Temos convicção de que muitas melhorias e conquistas virão através da nova gestão: para o bem dessa apaixonante cadeia do arroz, a quem agradeço de coração.

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