Mexendo para ganhar

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Agudo é um dos municípios formados por minifúndios

Rotação de cultura é importante aliada contra as invasoras
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A rotação de sistemas de cultivo de arroz é, cada vez mais, uma alternativa importante dentre as tecnologias disponibilizadas aos agricultores para evitar e combater plantas invasoras, pragas e doenças inerentes à orizicultura. O engenheiro agrônomo Jaceguay Barros, gerente do Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga) na região central do Rio Grande do Sul, lembra que em algumas áreas de arroz do Rio Grande do Sul o plantio existe há mais de 70 anos, o que cria situações propícias ao desenvolvimento de invasoras, pragas e doenças.

Até a década de 80 o plantio acontecia apenas no sistema convencional. Há pouco mais de 10 anos foram incorporadas novas possibilidades tecnológicas à orizicultura, principalmente direcionadas ao combate de invasoras como o arroz vermelho. Atualmente existem seis sistemas de cultivo em prática no país: convencional, direto, cultivo mínimo, pré-germinado, mix e transplante de mudas. "A chegada de uma nova geração de produtores à lavoura nesta última década está favorecendo a adoção de novas práticas, como é o caso da rotação de culturas e de sistemas", acrescenta Barros.

A utilização de sistemas diferenciados na implantação e manejo das lavouras tem sido adotada com maior ênfase nas pequenas propriedades da Depressão Central gaúcha, principalmente nos municípios de Agudo, Dona Francisca e Restinga Seca. São áreas de lavoura repetidas todos os anos e que apresentam queda de produtividade pela presença de invasoras como o arroz vermelho. Nesse caso, os produtores que atuam com cultivo convencional passam a adotar o cultivo mínimo ou plantio direto e, mediante a sistematização da área, passam a adotar o pré-germinado. Esta é uma das principais razões das áreas com pré-germinado terem crescido tanto na região.

 

Dossiê 

Rotação de sistemas no minifúndio

As lavouras têm garantia de produção e um retorno econômico que outras culturas não apresentam numa eventual rotação. O produtor sobrevive um ano com cinco hectares de arroz, mas não consegue o mesmo resultado econômico em outra cultura. Sem esta alternativa, resta ao pequeno produtor alternar sistemas de cultivo para combater as pragas.

Alternando sistemas, o produtor consegue reduzir as invasoras. A eliminação completa ainda não é possível. A adoção do pré-germinado elimina o arroz vermelho na maioria dos casos, mas as lavouras passam a enfrentar as daninhas aquáticas.
O professor Ênio Marchezan, da Universidade Federal de Santa Maria (RS), é um dos defensores da adoção de rodízio de sistemas de cultivo para assegurar a redução da presença de invasoras nas lavouras. "Como não é possível fazer a rotação de culturas, é o caminho que resta ao produtor para elevar a sua produtividade", garante.

O planejamento da lavoura, no momento de decidir o sistema de plantio e o manejo, é fundamental. Além disso, o produtor precisa ter um bom conhecimento do sistema que pretende adotar. Para o gerente do Irga, Jaceguay Barros, não há um sistema melhor. O Irga vem ampliando as recomendações de manejo no combate às invasoras, pragas e doenças.

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